sábado, 10 de janeiro de 2015

BOM TEXTO!

  “Uma característica primeira da violência é a sedução da ação. Se como diz Hannah ‘a violência é um ato mudo’, no geral, ela ocasiona reações tão intensas e passionais quanto o ato violento. ‘Je suis Charlie’ e ‘Je ne pais suis Charlie’, assumido nas redes algumas vezes pelos mesmos sujeitos, evidencia a teia complexa das ocorrências mescladas pelo sangue, pelo ódio e pelo terror. É um terreno tenso e cheio de ardis. Há uma tendência de responsabilizar TODO o povo islâmico por uma ação praticada por pessoas e grupos que integram esse povo e que acenam para mesmas crenças. É mais fácil generalizar, mais simples recriar as recorrentes polêmicas entre o bem e o mal. Fundamentalmente, sou contra qualquer expressão da violência, de xenofobia e de arbítrio. Sou e não sou Charlie. E é aí que reside a sutileza e a força da voz dos que lutam por um mundo mais fraterno, justo e igualitário. Nesse campo a arma é a palavra, a munição é o profundo respeito às diferenças. Toda solidariedade aos mortos no Charlie Hebdo, todo respeito às crenças e diferenças entre nações, credos e etnias.”

  
  Glória Diógenes, profa. da UFC

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