sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

FIRMEZA!

  "O deputado Renato Roseno (Psol) avaliou, nesta sexta-feira (13/02), em pronunciamento no segundo expediente e no tempo de liderança da Assembleia Legislativa, a crise hídrica vivida pelo País e pelo Estado. Segundo o parlamentar, é preciso repensar o atual modelo de gestão do setor. O deputado considerou que o problema não pode ser entendido apenas como escassez de chuvas. 'Israel tem média pluviométrica de apenas 50% da registrada no Ceará, que é de 800 milímetros anuais. Porém, esse país do Oriente Médio não tem os mesmos problemas que enfrentamos', assinalou.
  Renato Roseno acrescentou que os números demonstram que a crise de desabastecimento não acontece por conta do consumo humano. Conforme explicou, no Ceará, a população consome, em média, 120 litros por dia, 10 litros a mais do mínimo recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU). 'Apenas 17% de nossa água é destinada ao consumo humano, enquanto a agricultura irrigada consome mais de 70%. Somente o açude Banabuiú está com vazão de sete mil litros por segundo destinados aos grandes empreendimentos agropecuários', pontuou.
  O deputado frisou que, no passado, água não era mercadoria, mas nos últimos 30 anos o sistema neoliberal, em nome de um crescimento econômico, reverteu essa lógica, e agora apenas os grandes empreendimentos têm agricultura irrigada. 'O pequeno agricultor não se beneficia desse modelo econômico”, destacou.
  Renato Roseno avaliou ainda que a fruticultura irrigada voltada para a exportação é concentradora de riquezas e utiliza técnicas arcaicas, com irrigação por inundação. 'Isso é criminoso. Utiliza-se perdulariamente o insumo natural que é a água', acrescentou.
  Renato Roseno assinalou também que o atual modelo é insustentável. O parlamentar observou que a termelétrica e outros empreendimentos do Pecém vão utilizar água igual a todo consumo humano de Fortaleza. 'Quem tem recebido a outorga da água tem sido o grande poder econômico, que não gera desenvolvimento social, mas só crescimento econômico', pontuou.
  Roseno observou ainda que há perda da água armazenada e total descaso com os esgotos que contaminam os veios naturais. 'Há também pulverização aérea de agrotóxicos, contaminando os mananciais de água', acrescentou. (...)."
  Site da Assembleia

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