15 de fev. de 2015

LONGE DA ESCRITA!

  “Milton Hatoum: ‘Falta formação educacional consistente’. Para o escritor amazonense, autor de 'Dois irmãos', a baixa qualidade do ensino público não forma alunos pensadores, capazes de escrever.
  ÉPOCA – Como romper esse círculo vicioso?
 
Hatoum - A meu ver, os governadores e os 5.570 prefeitos (dos municípios) são diretamente responsáveis pela qualidade da educação. Será que esses políticos (ou a maioria deles) pensam na formação educacional das crianças e jovens brasileiros? Estão sensibilizados com essa questão? Tenho dúvidas. Por outro lado, a classe média paga impostos e paga a mensalidade escolar de seus filhos, sem contar o plano de saúde. Por isso a nossa democracia é manca, é apenas uma caricatura de democracia. Só se pode falar de mérito quando há oportunidades iguais, daí a importância da escola pública de qualidade. 
  ÉPOCA – Escrever bem é uma habilidade valorizada socialmente no Brasil? Pela sua experiência, a sociedade francesa, por exemplo, prestigia mais a boa escrita?
  Hatoum - A literatura é uma espécie de culto na França. Jorge Luis Borges menciona ‘a quase infinita literatura francesa’. Um romance que ganha o prêmio Goncourt conquista, na pior das hipóteses, cem mil leitores. Ler e escrever bem são tarefas da escola pública francesa, que ainda é razoavelmente consistente. Isso faz parte de uma longa tradição, foi uma conquista da Revolução Francesa, que privilegiou o ensino laico e universal. A mesma coisa ocorre na Alemanha, na Inglaterra e em outros países europeus. Nesses países, e a Inglaterra é um exemplo notável, o estudo da História e das Humanidades é levado a sério.. (...)."

 Revista Época

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