1 de mar. de 2015

O SERTÃO NO INVERNO...

  Tem chuva boa e o pai-da-coalhada fazendo zoada; tem babugem arrebentando o chão. Tem menino correndo atrás de tanajura, tem pinto feliz no monturo do oitão da casa, tem cabrito subindo cerca e usando as pedras como obstáculos sempre transponíveis. Tem grota fazendo barulho e o piabal pulando cachoeiras acima. Tem mutuca que perturba, mas foge do safanão que nem o cão da missa. Tem canapum maduro pra matar a fome do garoto desafortunado, para quem o banquete (ainda) é um sonho. Tem leite mugido no curral, enquanto o bezerro atado esperneia, esbaforido! Tem a gaitada escandalosa da morena brejeira, que se enfeita toda pra plantão milho e feijão. Tem um forrozim no rádio, pra alegrar a função. Tem espiga de milho na varzante, já de cabelo de menina loura (logo, logo tem canjica!). Tem feijão quarenta dias no lastro, mas apressado que rapaz casadim de novo (pra se danar em certas coisas!)... Tem passarim no olho do cajueiro, numa serenata pro mundo ouvir... No sertão tem tanta coisa que nem doutor besta conta!  

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AV. BEIRA MAR NO ABANDONO

Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!