"(...) Jornalismo não é concurso de Miss Simpatia. O dever de informar é mais importante do que o de agradar a audiência. Vou citar um caso histórico que nem de perto tem paralelo com as circunstâncias que estamos discutindo. É um exagero que serve apenas para ilustrar. Há um livro muito interessante sobre o Münchener Post (A cozinha venenosa: um jornal contra Hitler, de Silvia Bittencourt, Editora. Três Estrelas), o primeiro jornal do mundo a noticiar a existência de Hitler. Na década de 1920, o diário já alertava sobre as ideias antissemitas pregadas nas cervejarias de Munique por um 'rapaz de bigode curto e fala inflamada'. Fiquei imaginando como seria o Facebook do Münchener Post durante a ascensão do nazismo na Alemanha. O diretor de redação ia ser linchado diariamente nos comentários. E qual a posição correta do ponto de vista jornalístico? Recuar e mudar a linha editorial para ganhar 'curtidas' e aumentar as vendas ou insistir nas denúncias contra o nazismo? (...)."
Diretor de Redação (do Extra) Octavio Guedes ao Observatório da Imprensa
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