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17 de jun. de 2015
AS CHAPELEIRAS DE COREAÚ
Elas se juntavam na porta de casa ou numa esquina sombreada. E tome fazer chapéu. As mãos habilidosas não perdiam tempo. O trançado era medonho. A vontade, grande. Pra maneirar as coisas, uma boa conversa. De longe se ouvia: - Menina, nem te conto! E contava era tudo. Conversa vai, conversa vem, ficava-se sabendo de tudo. Até das últimas. Durante muito tempo as artesãs comandavam boa parte da economia local. Quando não existia esse negócio de economia familiar, lá estavam elas. Em família. As meninas menores faziam a parte mais fácil da obra. Na hora do arremate, entrava a pessoa mais experiente da família (avó, mãe, tia). Se pintava uma vontade de amar: - Oh, saudade do meu véi! Nessas horas o homem da casa - também diligente - derrubava mato nas beiras de rio e riacho da Jurema, da Lagoa Tapada, das Caraúbas, do Jardim, do Mussum-mirim... Ou brocava num pé de morro qualquer. Mas todo mundo produzia. Todo mundo fazia um tantim assim pra casa. Infelizmente essas atividades todas estão sem muito ânimo, esquecidas pelo poder público e sem prestígio nas altas rodas da (insensível) política. Infelizmente!
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