20 de jun. de 2015

DEBATE - III



   TEXTO PARA O DEBATE PROMOVIDO PELO BLOG COREAUSIARÁ SOBRE O ÔNIBUS DOS UNIVERSITÁRIOS DE COREAÚ
  Com todo respeito, adentro-me ao respectivo debate, que se inicia com as palavras de Chico Antônio, advogado, radialista e chefe de gabinete da prefeita Érika Cristino, publicadas originalmente no perfil de Manepa Sucupirano. (Veja aqui: http://coreausiara.blogspot.com.br/2015/06/debate.html)
  Como ex-presidente da Associação dos Universitários de Coreaú eu não poderia deixar de emitir minha opinião a respeito, visto que frente a esta entidade conheci melhor a realidade dos universitários, não só de Araquém, mas também da sede.
  Muitos falam que os governantes não possuem obrigação de fornecer transporte aos universitários. Pessoas próximas aos nossos representantes chegam a dizer e aconselhar que a melhor alternativa seria cancelar esse serviço, tendo em vista o argumento de que os acadêmicos não são dignos desse apoio por parte do poder público. Os gestores realmente não possuem obrigação legal de conceder transporte aos estudantes de nível superior, entretanto eles possuem obrigação moral, fruto dos costumes, da convivência social e da cultura.
   Como todos são cientes, vivemos em uma terra muito sofrida, que carrega o peso de péssimas administrações, consubstanciadas precipuamente em desejos pessoais, fugindo da finalidade norteadora da administração pública, que se resume ao bem comum, traindo todos os eleitores que ficam esperançosos com as belíssimas propostas de governo. Administrações que pensam que o avanço de uma cidade se resume a obras, as quais, na maioria dos casos, são feitas perto das eleições, ou seja, apenas são formas maquiavélicas de ludibriar a população, passando a imagem de que o município está se transformando.
  Em decorrência de tais administrações, o município não se desenvolve e fica inerte assistindo a outros municípios vizinhos caminhando em passos largos rumo ao desenvolvimento, os quais investem maciçamente na educação e fomentam o fortalecimento da economia local.
  Voltando ao assunto principal, de nada adianta destinar tantos recursos à educação básica se os governantes não continuarem a fornecer aos estudantes os meios necessários à progressão e ingresso ao ensino superior, pelo menos os guarnecendo com transporte de qualidade e em número suficiente, suprindo a demanda. É ilógico, principalmente numa cidade como a nossa, que fica geograficamente longe das universidades, destinar profunda atenção aos discentes da educação básica e abandoná-los no futuro, reduzindo a possibilidade de chegarem até a universidade, cursarem e, enfim, se formarem.
  Em nossa cidade, muitos pais mantém a casa e alimenta sua família exclusivamente com os frutos da agricultura. É um trabalho que exige muito e desgasta aqueles que o enfrentam. Sabendo disso, almejam proporcionar um futuro diferente ao filho e, por isso, incentivam o mesmo a estudar, sonhando um dia estar vivo para presenciar a formatura de seu rebento.
  Observa-se, pelo exposto, que o fornecimento de transporte aos que querem se profissionalizar não é um favor, mas sim uma obrigação moral incumbida aos nossos representantes. Infelizes serão, não só politicamente, se optarem por abandonar as pessoas que querem apenas obter o conhecimento devido e conquistar a profissão desejada. O abandono que me refiro, é importante salientar, não está relacionado somente à retirada completa do transporte, mas também aquela provisória, que na maioria das vezes é realizada sem motivos evidentes ou então de forma obscura (sem a publicidade dos motivos que a justificam).
  Por fim, já que me estendi um pouco, gostaria de dizer ao chefe de gabinete Chico Antônio que estou feliz por ele ter se sensibilizado com as palavras que lhe dirigi há alguns meses e desistiu da ideia de reduzir o número de transportes dos universitários de Coreaú, sob o argumento de que outras cidades não oferecem o mesmo número. Afinal, nós queremos uma cidade que sirva de exemplo às outras e não uma que cometa os mesmos erros que elas cometem e viva em constante retrocesso.
  Por Hélio Costa

  Originalmente publicado no Facebook do autor

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