... ao menino FRANCISCO LUCAS CAVALCANTE SILVA. O pequeno estudante tinha um sonho, como qualquer criança de sua tenra idade: brincar com os colegas e amigos, estudar, fazer os deveres de casa, ir à escola, etc., pra no futuro ser útil à sociedade, trabalhar e constituir família. Para a alegria e orgulho de seus pais e atendimento ao enunciado bíblico. Mas a insensatez humana lhe roubou o futuro. O presente não mais existe. Só restaram a saudade, a dor e as lembranças do passado tão curto, pois não lhe foi dada chance de ter o amanhã. Talvez o destino tenha a sua parcela de contribuição, por não se saber os desígnios de DEUS. O fato é que naquele lindo dia de 19/11 (Dia da Bandeira) do ano de 2015, no começo da bela manhã ensolarada na zona rural de Coreaú, sua mãe o embarcou no tal "ônibus escolar", para levá-lo à escola, como fazia todos os dias. O transporte estava sempre lotado de crianças, mas LUCAS nem chegou à escola, pois o caminho desta foi tragicamente interrompido quando foi seu corpo foi lançado pra fora do veículo pelo para-brisa, tendo ele morte imediata, instantânea; tudo fruto do descaso e da negligência do Poder Público. LUCAS é mais um anjinho no céu. As Leis da Física (Lei da Quantidade de Movimento e a da Inércia) e o (jornal) DN não nega. Se o tal "ônibus escolar" tivesse os cintos de segurança nos bancos, certamente Lucas estaria vivo na casa dos pais. Mas não. O veículo era todo irregular: pneus carecas, ferrugem, extintor de incêndio ninguém sabe, sem identificação horizontal, demonstrando ser ele de transporte escolar, monitor responsável dentro do ônibus ninguém sabe, sem cinto de segurança nos bancos do velho e surrado veículo de mais de vinte anos de uso, além do motorista que não seria habilitado para dirigir o amarelão. O pai de Lucas (sr. José Francisco da Rocha) já havia reclamado e denunciado à gravidade do caso do veículo à diretora da escola, mas nada foi feito e nenhuma providência foi tomada para amenizar ou resolver os graves problemas do transporte escolar daquela zona rural. E a tragédia anunciada, infelizmente aconteceu. E os tais órgãos fiscalizadores (Prefeitura Municipal de Coreaú/Secretaria Municipal de Educação, Ministério Público do Estado do Ceará, Defensoria Pública, Conselho Tutelar, TCM, TCE, etc) onde andavam/estavam e o que faziam, enquanto debaixo dos seus olhos e de suas narinas as leis e as normas pertinentes de transporte escolar eram permanente e diuturnamente afrontadas, violadas e desrespeitadas (CRFB/1988, CBT, ECA, etc), e nada era ou foi feito? Se algo tivesse sido feito, não impediria de ocorrer o acidente (pois acidentes acontecem), mas a vida da criança não teria sido grotescamente sacrificada. E não foi por falta de aviso. O pai de LUCAS já havia reclamado e denunciado os graves problemas do ônibus a diretora da escola e o jornal Diário do Nordeste fez e estampou uma extraordinária e completa reportagem especial com o título "(DES) CAMINHOS DA ESCOLA" nesse mesmo corrente ano de 2015, alertando e denunciando tudo e todas as irregularidades, e mesmo assim, ninguém fez nada e nada foi feito para amenizar e/ou resolver os graves problemas, salvo uma operação policial noticiada naquele mesmo dia. O desabado do pai de LUCAS registrada na matéria do DN, ao saber do trágico sinistro, é de sensibilizar e chocar qualquer pessoa, menos as insensíveis e, ao que parece, de quem teria o dever de evitar que isso acontecesse; não há como não se indignar com a situação e com o ocorrido. Se o Poder Público trata as crianças de hoje dessa maneira, como desejará que sejam os homens do amanhã? Assim, nunca seremos uma “Pátria Educadora”. Meus pêsames à família enlutada.
COSMO CARVALHO
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