Dideus Sales
Faminto feito mendigo
O pobre não tem escolha,
O campo sem uma folha,
Sem mantimentos no abrigo...
O mais horrendo castigo
Despejou-se no sertão,
Sem pasto pra criação,
Hoje só se vê carniça.
O vento da seca atiça
O fogo da precisão.
O pobre não tem escolha,
O campo sem uma folha,
Sem mantimentos no abrigo...
O mais horrendo castigo
Despejou-se no sertão,
Sem pasto pra criação,
Hoje só se vê carniça.
O vento da seca atiça
O fogo da precisão.
Quem vai ao sertão descobre
Que nos fogões fora a lenha
Não há casebre que tenha
Alimento para um pobre,
Esperando um gesto nobre
De um político de ação,
Sofre o roceiro sem pão,
Esguio que nem treliça.
O vento da seca atiça
O fogo da precisão.
Que nos fogões fora a lenha
Não há casebre que tenha
Alimento para um pobre,
Esperando um gesto nobre
De um político de ação,
Sofre o roceiro sem pão,
Esguio que nem treliça.
O vento da seca atiça
O fogo da precisão.
Com esta seca inclemente
Os açudes não têm água,
O sofrimento e a mágoa
Consomem todo vivente;
Nos grotões a pobre gente
Na hora da refeição,
Se tem farinha e feijão
Não tem ovo nem linguiça.
O vento da seca atiça
O fogo da precisão.
Os açudes não têm água,
O sofrimento e a mágoa
Consomem todo vivente;
Nos grotões a pobre gente
Na hora da refeição,
Se tem farinha e feijão
Não tem ovo nem linguiça.
O vento da seca atiça
O fogo da precisão.
A estiagem constrange
O vulnerável matuto,
Que assim como bicho bruto
A seca inclemente tange;
O vento da fome range
Na porteira do verão,
Se um boi arria no chão
O urubu aterrissa.
O vento da seca atiça
O fogo da precisão.
O vulnerável matuto,
Que assim como bicho bruto
A seca inclemente tange;
O vento da fome range
Na porteira do verão,
Se um boi arria no chão
O urubu aterrissa.
O vento da seca atiça
O fogo da precisão.
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