"(...) O uso pelos donos do poder conservador direitista de setores da polícia, da política e do judiciário, turbinados pela grande imprensa não é novidade no Brasil, quando o objetivo é destruir avanços sociais das classes desprivilegiadas para manter privilégios injustos. Nessas circunstâncias, incrementa-se o ódio da classe média e busca-se um bode expiatório, fazendo da corrupção o bordão, tornando bancos e mercados, paradigmas de honestidade e quase santidade. As campanhas virulentas contra Vargas e JK, no passado recente, foram exatamente do mesmo tipo, levando o primeiro ao suicídio e o segundo a uma morte não esclarecida. A destruição do maior líder popular que o País já conheceu, Lula, encobre o plano mais amplo de destruir o conjunto da esquerda, impedindo inclusive sua influência nos processos eleitorais de 2016-18. Os doutos jurisconsultos constituíram um verdadeiro oráculo, que não é em Delfos, mas em Curitiba, e suas arrasadoras condenações antes do julgamento, são pronunciadas pela boca de delatores 'alcaguetes', que se desmentem uns aos outros para que no final o sumo sacerdote, juiz togado, pronuncie o veredicto (verdade absoluta). A construção artificiosa da verdade é negação da ética."
Valton Miranda, psicanalista, no O Povo de ontem
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