Não há dúvidas que o MPF e o juízo condutor da Lava Jato realizaram no dia 04 de março de 2016 um espetáculo para a mídia (nacional e internacional), por ter sido uma medida desproporcional e desnecessária, pois bastava intimar o ex-presidente da República para prestar esclarecimentos e/ou depoimentos, como espontaneamente fez várias vezes. Se ele faltasse e/ou não justificasse eventual ausência, aí sim, caberia legal e tranquilamente à condução coercitiva. A PF só fez o seu trabalho respaldado na ordem judicial.
Sem dúvidas, uma inquestionável liderança nacional e tido como um dos melhores presidentes do Brasil (deixou a presidência da República em fins de 2010 com 86% de aprovação), merecia um tratamento mais condigno e respeitoso. Não foi o que se viu na sexta-feira. Para os jornalistas, até o mês corrente, foi o 'orgasmo profissional' do século XXI.
Não se está negando o direito das autoridades investigarem eventuais e/ou supostos delitos que teriam sidos praticados por quem quer que seja. A Lei é para todos. No entanto, como bem disse o experiente ministro do STF, Marco Aurélio Mello: 'Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado'. Por via oblíqua e indiretamente, esses agentes políticos/públicos contribuíram mais ainda para o agravamento da crise econômica e política que o Brasil enfrenta, sem olvidar no enfraquecimento do governo Dilma Rousseff, podendo abrir eventual caminho para uma perigosa quebra institucional. E as consequências!? Só Deus saberá. Essa é a minha opinião, com todo o respeito às outras divergentes dessa.
COSMO CARVALHO
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