Um homem saiu de casa com seu chapéu meio sujo no alto da cabeça. Queria tomar banho no rio que ficava nos fundos de sua casa. Levava um berimbau para tocar música à beira d'água. Era seu passatempo preferido. Seu cabelo era enrolado feito um caracol. Preto da cor da noite. Sua mulher dizia que parecia um ninho roubado por um corrupião. Era final de manhã. Não havia gente no rio. O homem parou, tirou a roupa e ensaiou cair n'água. Uma voz surgiu: - Por gentileza, me tire dessa água funda!
O homem que tentava tomar banho tremeu de medo. Lá longe uma chaminé soltava uma fumaça escura. Do lado esquerdo dele havia, longe, uma ruazinha estreita. Tava tudo muito esquisito ali naquela hora. Ele olhou pros lados, pegou a mão do desconhecido e o ajudou a sair d'água. Tonto, sem entender nada, vestiu-se e foi embora. Banho no meio daquela esquisitice toda, não, não!
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