Saí de casa no início da noite. Meio sem rumo. Sentei-me num banco da Praça da Matriz. Sozinho como alguém que perdeu a sombra. Perto de mim um cachorro lambia as feridas. Parecia meio borocoxô. Pensei em ir ao Seu Zé pra tomar uma. - Mas, sozinho? - pensei. Não fui. Fiz-me ficar ali plantado. Um bêbado passou. Com cara de poucos amigos. Não quis arriscar chamá-lo. Ele ainda perguntou pra ninguém: - Cadê a Tereza? E se foi. Eu fiquei ali. Pensei em alguém pra conversar. A lista mental tava zerada. Nada. Ninguém. Cocei os bolsos. Pouca coisa neles. - Pra casa! - pensei. Naquela noite tive a mesma companhia de muitos dias: uma tal solidão!
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