sábado, 25 de junho de 2016

TENHO SAUDADE

  Das bodegas interioranas, onde o copo com pinga era emborcado e a dose da malvada gerava uma cusparada no pé do balcão; da conversa ao pé da porta ou por cima da cerca (por onde também passava o sal ou umas colheres de café em pó); do preparo do roçado com aquele retirar a madeira e fazer aquele dispendioso aceiro; do ordenhar as vacas magras, roubando dos bezerros o pouco leite que elas tinham; da função do trabalho na enxada ou na foice e daquela prosa o dia todo; do almoçar ao redor do alguidar, todo mundo sentado no cabo da enxada; do preparo daquele cigarro fedorento e das baforadas homéricas que nos deixavam zonzos (parecia porre!); da conversa esticada à noite na calçada, tendo a lua como testemunha; da resenha do dia trazida por aquele vizinho do tipo " - Como vai, Zé? - Li jornal hoje não!"; daquela pratada de caldo de feijão, depois do prato principal, com a mãe sempre aconselhando: - Toma, que é pra ficar forte!; das estórias de trancoso, mais compridas que um dia de fome... Saudade!

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