domingo, 3 de julho de 2016

DOS MEUS TEMPOS DE MENINO...

QUANDO MENINO gostava de arrastar uns simplórios carrinhos, confeccionados com caixas de sabão e rodas de sandália japonesa. Amarrava neles um fio ou barbante pra facilitar a condução. Passava pelos comboieiros que tiraram uma sesta embaixo do benjamim do Luiz Xavier (bem antes dos irmãos Machado adquirirem - já do meu pai - o ponto comercial que fica em frente à antiga árvore) e lhes fazia compras imaginárias de peixe salgado. Adorava piabas assadas com farinha de mandioca molhada. Oh, bicho bom. E... corria, desembestado, pelas ruas do distrito de Araquém, ainda sem calçamento. A poeira subia pelos ares, pro meu deleite. Ia em casa e voltava, freneticamente. Parecia querer conquistar o mundo de uma só vez. Tempos depois vi chegar os homens da luz, com seus caminhões cheios de postes de cimentos; bem diferentes daqueles roliços (e acanhados) de madeira que a vila tinha. Fiquei feliz e triste a um só tempo. Feliz porque dali pra frente teria energia o tempo todo. Mas e a usina do motor da luz, que fim teria? Pra essa indagação derradeira procuro a resposta até hoje!

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O TRANSPORTE QUE EXISTE. PROS OUTROS