Diz que uma onça encontrou no meio da floresta uma casa abandonada. E resolveu adotá-la. Pegou umas varas, umas embiras e um pouco de barro amassado e fez um pedaço do novo lar. E saiu em busca de comida e água. Depois de um bom tempo apareceu por ali uma raposa, que achou tudo muito jeitosinho a resolver construir mais um pedaço da casa. Sonhava (também) morar ali, já que parecia coisa esquecida. Dias depois voltou a onça para aumentar a produtividade. Quando desconfiou de que algo tinha sido feito da residência, não titubeou: - Deus está me ajudando.
Foi essa mesma a conclusão a que chegava a raposa, toda vez que por ali aportava. E continuaram cada uma fazendo um pedaço da casa, sempre com uma certa desconfiança. Na verdade tinham medo de que o desfecho daquele embróglio não fosse dos melhores. Um dia, com a casa já terminada, dona onça resolveu nela pernoitar. E se arranchou de mala e cuia. Quando já roncava, chegou a raposa num louco alarido de alegria. Já poderia dormir em paz na mais nova aquisição. O onça acordou atordoada e saiu em disparada pelo mato, sem saber bem que do se tratava. A raposa ainda mais em polvorosa sobre tudo aquilo, quase perde as pernas, correndo noutro rumo. E nunca mais foram vistas naquela área. A dúvida fez o medo e este a doida carreira!
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