MEMORIAL CONFESSO
No sertão
Nasci e cresci
Criado em bando.
Daí herdei
Uma nóia intrínseca do coletivo
E uma paixão enraizada na alma
Por um mundo socializante
Que carregarei como sentença
Até o último tombo.
Do sertão... ainda trago
Uma linguagem afobada
Uma voz desafiadora
De quem não quer calar.
Por isso tentei vencer estrelas,
Enfrentei baionetas no berro
E aradei sonhos camponeses
Agora, laboriosamente
Carrego na mochila
Um sonho permanente
Entre tantos que ficaram para trás:
Formar uma sociedade mais justa
Ou, pelo menos,
Ajudar!
Hoje,
Já carrego um nebuloso
Olhar de lâmina afiada
Com notas cardíacas desafinadas
Por uma paixão de acordes
Com voz afinada
Na minha alegria letárgica
E embriagada...
Confesso
Só me sinto bem em grupo,
Curriola... cambada,
Turma.
Ah, não posso esquecer
Me sinto bem, também,
Praticando e divulgando
A beleza de amar!
Cândido B.C. Neto, prof. da UECE
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