NOS MEUS tempos de menino bastava um partido de mata-pasto ou manjerioba pra gente fazer a festa. Corríamos por dentro do mato em pé ou se arrastando (à moda cobra), empreendendo fugas ou buscando inimigos imaginários (se não aparecia uns a gente inventava na hora). Fazíamos daquilo uma épica danação de uma tarde inteira. Chegávamos em casa cansados, exauridos. Muitas vezes nem coragem tínhamos pra comer alguma coisa ou lavar a boca; caíamos na fianga como uma pedra. Isso quando as mães não nos arrastavam rumo a uma bacia ou a um alguidar com água, pra escovar os dentes. Se durante a tarde fazíamos a cata das vagens de manjerioba, sempre tinha uma vozinha que nos comprava pra fazer café. Com o dinheirinho pouco, mas providencial, tomávamos guaraná ou quissuco com bolacha solda (da terra). E saíamos saciados, pronto pra mais uma empreitada de brincadeira. Tempos de ouro para brincar e interagir com a natureza!
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