8 de ago. de 2016

NOSSAS ORIGENS

   De Cláudio Emílio Correia Lima, poeta:

  "Cruz e Souza era negro e todos os poetas citados (Castro Alves, Machado de Assis, José de Alencar, Guimarães Rosa, Cruz e Sousa, Clarice Lispector, Nelson Rodrigues, Carlos Drummond de Andrade, Manoel de Barros, Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Hilda Hilst, Gonçalves Dias, Rubem Braga, Haroldo de Campos, Jorge Amado, Euclides da Cunha, Manuel Bandeira, Dalton Trevisan, Ariano Suassuna, Autran Dourado, Olavo Bilac, Alphonsus de Guimarães, Lima Barreto, Raul Pompéia, Graciliano Ramos, José Lins do Rêgo, Raduan Nassar, Gregório de Mattos, Jorge de Lima, Tomaz Antonio Gonzaga, Cora Coralina, Adélia Prado, Millôr Fernandes, Érico Veríssimo, Mário Quintana, Paulo Leminski, Cecília Meireles, Augusto dos Anjos, Casimiro de Abreu, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Álvares de Azevedo, Monteiro Lobato, João do Rio, o Patativa de Assaré, João Cabral de Melo Neto, Murilo Mendes, Roberto Piva...) são mestiços; não tem quase um único brasileiro que não tenha uma avó índia no DNA; pesquisas genéticas confirmadas na UFMG, respeitadas internacionalmente, chegaram à estimativa que 85 por cento da população brasileira, mesmo pessoas louras de olhos azuis que se julgam brancos supimpas, tem uma ancestral de origem indígena. (...) SOMOS TODOS FILHOS DE UMA... com certeza, apesar de pai grego recentemente emigrado, por parte de sua mãe brilha esta luz mestiça no seu caudal... O Lima Barreto era negro, o Machado de Assis, também. Recomendo a releitura, caso já tenham lido uma vez, de Tenda dos Milagres, de Jorge Amado, onde a trama se baseia explicitamente na publicação de um livro do intelectual Pedro Archanjo que causou escândalo em seu lançamento, onde ele mostra que a maioria das famílias fidalgas e opressoras da tal aristocracia da Bahia eram todas mestiçadas e misturadas. Quase que o céu veio abaixo em Salvador por causa desse livro e toda a trama do romance amadiano se pauta nesse repercussão e na prospecção dramático-evolutiva desse tema; Pedro Arcanjo se baseia na figura pública de um intelectual negro baiano que realmente existiu."

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AV. BEIRA MAR NO ABANDONO

Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!