27 de dez. de 2016

DE QUINTANA

JARDIM INTERIOR

Todos os jardins deviam ser fechados,
Com altos muros de um cinza muito pálido,
Onde uma fonte
pudesse cantar
sozinha
entre o vermelho dos cravos.

O que mata um jardim
Não é mesmo alguma ausência
nem o abandono…
O que mata um jardim
É esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente.
***
BUCÓLICA
Na solidão da noite
uma vaca, uma abençoada
vaca
muge:
o seu mugido é um rio de veludo morno,
voz de mãe e de amante:
quente e cariciosa…
– A mesma voz que tu, antes de me abandonares,
Tinhas sempre comigo!

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AV. BEIRA MAR NO ABANDONO

Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!