Para compreendermos o que vivemos hoje no Brasil, faz-se necessário compreender as razões profundas que levaram à reviravolta institucional de 2016. Isso exige para Bresser Pereira que retrocedamos algumas décadas e pensemos no modelo econômico liberal-conservador instaurado pelas “reformas” desde os anos 1990: a abertura comercial e financeira de 1990-92, as desnacionalizações/privatizações de 1995 e o tripé macroeconômico de 1999. Neste quadro, a economia brasileira vem tendo um crescimento baixo porque os dois pilares deste modelo impedem investimento e crescimento: juros altos e câmbio apreciado a longo prazo. É fundamental levar em consideração que, em seus oito anos de governo Lula, fazendo uma coalização desenvolvimentista de classes com industriais, trabalhadores e burocracia pública, manteve intacto este regime não mexendo nos juros e no câmbio, o que fez com que os rentistas pudessem apropriar-se de 6% do PIB por meio de uma taxa altíssima de juros. A novidade deste período consistiu em ter sido possível utilizar o excedente produzido para implementar as políticas de transferências aos pobres, o que se mostrou na política de valorização do salário mínimo, na expansão e democratização do ensino superior e da saída da extrema pobreza de milhões de brasileiros.
Os grandes beneficiados do modelo continuaram sendo os rentistas, o que, aliás, o próprio Lula tem reconhecido publicamente, mas, em patamar enormemente mais baixo, se juntaram a eles os pobres. É claro, com tem sido lembrado por muitos analistas, que o pacto que sustentou este regime, constituiu-se como o grande obstáculo para a efetivação do projeto de transformação estrutural da sociedade que impulsionou o PT. De um projeto de transformação social, como dizem alguns, passou-se para um projeto de poder, de governabilidade, que legitimava tudo.
Dilma ensaiou uma tentativa de superação do modelo baixando as taxas de juros, mas o câmbio estava enormemente apreciado e as empresas não investiram. Mais adiante, decidiu adotar uma desoneração injustificável de impostos que destruiu o equilíbrio fiscal que prevalecia desde 1999. Reeleita, deparou com a crise fiscal, que ele considera a principal causa da recessão. Esta crise não é uma crise no balanço dos pagamentos nem uma crise bancária, mas uma crise financeira das empresas quebradas pelos juros altos e pelo câmbio. A solução encontrada foi a aceitação da tese de que a falta de investimentos era uma questão de “falta de confiança” (tese hoje muito repetida pelo atual governo) e, por isso, escolheu como ministro um liberal que em plena recessão realizou um ajuste fiscal.
As empresas continuaram sem poder investir e o resultado foi o agravamento da crise o que levou, como dizem outros analistas, as alianças de governabilidade – empreiteiras, partidos conservadores, meios de comunicação – ao rompimento que desembocou no processo de impedimento. Para Bresser, o PT inventou um capitalismo sem lucro. Não pretendia fazer uma revolução socialista, mas apenas governar um país capitalista distribuindo um pouco da renda. Querer fazer isso sem garantir lucro não passa de uma tolice. Isso levou ao fracasso desta estratégia. Teve de pagar o preço.
Os grandes beneficiados do modelo continuaram sendo os rentistas, o que, aliás, o próprio Lula tem reconhecido publicamente, mas, em patamar enormemente mais baixo, se juntaram a eles os pobres. É claro, com tem sido lembrado por muitos analistas, que o pacto que sustentou este regime, constituiu-se como o grande obstáculo para a efetivação do projeto de transformação estrutural da sociedade que impulsionou o PT. De um projeto de transformação social, como dizem alguns, passou-se para um projeto de poder, de governabilidade, que legitimava tudo.
Dilma ensaiou uma tentativa de superação do modelo baixando as taxas de juros, mas o câmbio estava enormemente apreciado e as empresas não investiram. Mais adiante, decidiu adotar uma desoneração injustificável de impostos que destruiu o equilíbrio fiscal que prevalecia desde 1999. Reeleita, deparou com a crise fiscal, que ele considera a principal causa da recessão. Esta crise não é uma crise no balanço dos pagamentos nem uma crise bancária, mas uma crise financeira das empresas quebradas pelos juros altos e pelo câmbio. A solução encontrada foi a aceitação da tese de que a falta de investimentos era uma questão de “falta de confiança” (tese hoje muito repetida pelo atual governo) e, por isso, escolheu como ministro um liberal que em plena recessão realizou um ajuste fiscal.
As empresas continuaram sem poder investir e o resultado foi o agravamento da crise o que levou, como dizem outros analistas, as alianças de governabilidade – empreiteiras, partidos conservadores, meios de comunicação – ao rompimento que desembocou no processo de impedimento. Para Bresser, o PT inventou um capitalismo sem lucro. Não pretendia fazer uma revolução socialista, mas apenas governar um país capitalista distribuindo um pouco da renda. Querer fazer isso sem garantir lucro não passa de uma tolice. Isso levou ao fracasso desta estratégia. Teve de pagar o preço.
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