1 de jul. de 2017

RECADO POÉTICO

"Escrevi este soneto há mais um ano. Mas, como segue atual, vou continuar a republicá-lo sempre que me der na telha. Faço-o por não ter saco para discursos maniqueístas, catilinárias hipócritas, links suspeitos, panelas seletivas, ratos, patos e afins. Minha trincheira é a poesia:
'A Justiça a quem serve? Aqui pergunto.
Ao banqueiro que a banca e está calçado?
Ao latifundiário, ao deputado?
Ou a todo esse convescote junto?
Já ao povo, ela serve em qual assunto?
A quem é desde o berço espoliado?
Que sustenta um sistema e está fadado
A pagar mesmo após virar defunto?
E, se acima da lei, com privilégios,
Que mais lembram os velhos tempos régios
Os togados se esbaldam num prostíbulo,
Cabe àqueles que sofrem tais insultos,
Conduzir, sem fiança, os torpes vultos
Para a praça onde aguarda-os o patíbulo!'"
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Marco Haurélio, poeta baiano

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