3 de set. de 2017

NÃO ME AGRIDA, SENHOR!

Na escola realizei parte de suas atribuições. Você nem se tocou disso, né? Quando seu cobertor de pai ficou curto, eu o completei, com as poucas tiras de pano de que dispunha. Quando você estava no bar ou no campinho de futebol, em tremenda algazarra com a curriola, eu e meus colegas estávamos com os alunos, dentre eles seu filho. Quando a lição de casa não apareceu (e geralmente ela nunca aparece), eu a olhei e a completei com seu filho, com todo o gosto. Quando sua ausência se fez patente, eu me fiz presente. Quando ninguém reconhecia meu trabalho e de meus colegas, estava eu a trabalhar, apesar de tudo. Quando o governo sumiu (pra variar), era eu a pessoa da linha de frente do árduo trabalho com seu filho. Desculpa, senhor se não o agradei. É que sou humano, limitado, falho, inacabado... E ainda pai. Que, às vezes, tira o lápis do filho pra entregar ao seu. É. Mas é a vida. Boa sorte. Seja muito feliz. E um futuro brilhante e de paz pro seu filhão!

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AV. BEIRA MAR NO ABANDONO

Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!