"A mais curiosa peça do Museu do Ceará é um bode empalhado. Em porte altivo, sobre um estrado de madeira, o garboso caprino, um mestiço com fortes acentos da raça parda alpina, atrai a atenção dos visitantes e provoca indagações sobre a razão de figurar no acervo histórico do Ceará. O que um bode, aparentemente contemporâneo, está fazendo entre as peças de um museu histórico-antropológico? O bode se chama Ioiô e se constitui um dos mais interessantes personagens da história boêmia de Fortaleza. Objeto de muitas reportagens, crônicas e referências em obras de historiadores do porte de Raimundo Menezes, Abelardo Montenegro, Mozart Soriano Aderaldo e da dissertação de mestrado do professor Sebastião Ponte, está prestes a se transformar em argumento de filmes, pelas mãos de Cartaxo Filho. Do Bode Ioiô já se disse quase tudo. Era um animal que fugia ao comportamento de seus semelhantes, preferindo imitar os humanos, sobretudo os homens livres e independentes, os boêmios que ancoravam na Praça do Ferreira nos anos vinte.
(...)." Juarez Leitão, historiador
Foto: Fortaleza Antiga (Facebook)
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