terça-feira, 6 de março de 2018

DO PASSADO

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OS COMBOIEIROS do meu tempo eram homens valentes, corudos, de vida árdua... Partiam da Ibiapaba rumo às praias. Senador Sá, Uruoca, Morrinhos, Bela Cruz, Cruz, Acaraú e Santana eram seus destinos. Alguns esticavam até Camocim e Chaval. Levavam rapadura, doce de buriti, bolo manzape, pinga... Mas levavam também muita esperança de voltar pra casa com um bom apurado e muito peixe seco. Além de sal e farinha praiana. Enquanto caminhavam iam pedindo dormida nas localidades de beira de estrada e espalhando boas conversas e anedotas. Nos alpendres e até embaixo de árvores, patrocinavam belas resenhas... Oralidade farta e benfazeja. Coisas que o tempo levou, diante da acefalia oficial, que pouco ou nada registrou. Infelizmente!
PARTE 2
Das longas viagens vinham sedentos por descanso e carinho da família. Os dias fora de casa os deixavam arriados. A luta era de moer ossos. Os animais então nem se fala. Esses ainda tinham nas costas e no resto do corpo as marcas das cangalhas, da sela e do comprido e malvado chicote chamado macaca. Feito de relho ou de outro tipo de corda, fazia cortes e provocavam dores terríveis. Portanto, todos mereciam um bom descanso. Após uma parada para resolver problemas de casa, dos animais e da pequena agricultura, tudo começaria de novo. Mais viagem, negócios; novas histórias de vida, de famílias deixadas pra trás (muita vezes só com a água do pote) e de dor.

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