A seca seca a fartura
Disseca o grão do roçado
Mata a semente do gado
E bebe o pó da quentura
Sem feijão, sem água pura
Nem pra fazer gargarejo
Sem migalhas de sobejo
Na boca de quem não come
A seca é o prato da fome
Na mesa do sertanejo!
Disseca o grão do roçado
Mata a semente do gado
E bebe o pó da quentura
Sem feijão, sem água pura
Nem pra fazer gargarejo
Sem migalhas de sobejo
Na boca de quem não come
A seca é o prato da fome
Na mesa do sertanejo!
As rugas do chão rachado
Brotam do seio da terra
E o vento morno da serra
Ergue o mormaço queimado
Nas carcaças do cercado
A morte segue em cortejo
E o carcará faz festejo
No pão que não se consome
A seca é o prato da fome
Na mesa do sertanejo!
Heliodoro de Morais
Brotam do seio da terra
E o vento morno da serra
Ergue o mormaço queimado
Nas carcaças do cercado
A morte segue em cortejo
E o carcará faz festejo
No pão que não se consome
A seca é o prato da fome
Na mesa do sertanejo!
Heliodoro de Morais
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