9 de fev. de 2019

CÂMARA CASCUDO E O SERTANEJO

"O sertanejo não fala errado. Fala diferente de nós apenas. Sua prosódia, construção gramatical e vocabulário não são atuais nem faltos de lógica. O sertanejo usa, em proporção séria, o português do séc. XVI, da Era do Descobrimento. Há poucos anos é que a rodovia conseguiu prendê-lo, em massa, ao litoral e sua linguagem se está modificando ao contato do nosso palavrear brasileiro, totalmente diverso."
"O sertanejo teima em pronunciar 'Anrique' por Henrique. Raros lembram que o lusitano conheceu Henrique através do francês ('An-ri'). Assim assinava o Cardeal Rei Dom Anrique e todos os quinhentistas não grafaram doutra maneira. O doutíssimo poeta Doutor Antônio Ferreira, (1528-1569) utilizava vocabulário irmão, de pai e mãe, do nosso sertanejo. (...)" (p.40).
"O Dicionário de Morais registra 'graça' como sinônimo de 'nome'. Como é sua 'graça', frase tão tradicional, não destoa da regra de sã doutrina verbal." (p.41)
"Não convém rotular de português - errado o linguajar do nosso sertanejo. Em geral, o povo é conservador." (p.41).

Em Classicismo Sertanejo

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