23 de fev. de 2019

E AS MÚSICAS DO PASSADO...

O menino levantou cedo, daquele jeito. A mãe: "O senhor tá dançando armado. Nós vamos dizer pro delegado...!"
Maria tava de namorado novo. Andava que nem pinto no monturo. Genoveva perguntou: - Como andam as coisas?
E Maria: "A rede véia comeu foi fogo, só com nós dois pra lá e pra cá...!"
Já Maroca andava num pega-desapega com o marido. Vivia azeda pelos cantos, resmungando. Quando a inquiriam sobre a pendenga: "Nós somos dois sem-vergonhas, em matéria de amar...".
Chicó, o verdureiro, passava todo dia na rua, tangendo um velho burro de carroça. Era casado com Josefa Filma-tudo, fofoqueira que só o cão. A vizinhança conhecia bem o chamego dos dois. Quando perguntavam pela mulher, Chico se derretia todo: "Perfume de gardênia tem em sua boca. Eu vivo embriagado na luz do teu olhar...".
Mariquinha do Zeca Santos vivia ouvindo reclamações do marido, que queria porque queria um "bruguelim". Já tinha ouvido do marido: "Pare de tomar as pílulas. Pare de tomar as pílulas. Porque elas não deixam nosso filho nascer!"
Severina (que não é a Xique-xique, do Genival Lacerda) passava o tempo azucrinando o marido, Florisvaldo Carnutim. Era desejosa de elogios. De muitos. De monte. Um dia o velho Floris cantarolou pra ela: "Tens a beleza da rosa. Uma das flores mais formosas...". Severina tremeu igual a Toyota em ponto-morto (ou à Cinira da novela Tieta)... 
E você, qual música do passado tem em mente (nem que seja um "pedacim"?

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AV. BEIRA MAR NO ABANDONO

Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!