25 de jan. de 2020

A POESIA CRUA DO AUGUSTO

VERSOS ÍNTIMOS
Vês, ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera
Somente a ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

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AUGUSTO DOS ANJOS

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