A CASA, DE NIRTON VENÂNCIO
A cidade ontem era outra
Foi Crateús.
Quando volto, crescido
(No expresso rápido do Zé Arteiro)
E procuro a asa que fui
Na casa que foi.
A cidade ontem era outra
Foi Crateús.
Quando volto, crescido
(No expresso rápido do Zé Arteiro)
E procuro a asa que fui
Na casa que foi.
(Fazer dessa casa os mesmos tijolos de antes;
os parentes seguiram no tempo, envelheceram
e desfolharam os janeiros no quintal
A casa encolheu suas paredes.
Feito as rugas na pele dos avós, das tias, das costureiras, das Marias, das Letícias, das Gicélias, únicas em minha infância; múltiplas em minha saudade; as paredes envelheceram no tempo, seguiram e encolheram os janeiros no quintal.
A casa desfolhou seus parentes, feito a pele nas rugas das bisavós; e outros vós, e tantos nós
Tiazinha, Zebinha, João.
O corpo frágil da bisa, no fundo da rede; a mão ágil do tio no fundo da oficina; o rosto gil do primo, no fundo do espelho.
Fazer dessa casa os mesmos tijolos de ontem.
A casa sempre foi poema.
Cada dia, um verso; cada filho, poeta.
os parentes seguiram no tempo, envelheceram
e desfolharam os janeiros no quintal
A casa encolheu suas paredes.
Feito as rugas na pele dos avós, das tias, das costureiras, das Marias, das Letícias, das Gicélias, únicas em minha infância; múltiplas em minha saudade; as paredes envelheceram no tempo, seguiram e encolheram os janeiros no quintal.
A casa desfolhou seus parentes, feito a pele nas rugas das bisavós; e outros vós, e tantos nós
Tiazinha, Zebinha, João.
O corpo frágil da bisa, no fundo da rede; a mão ágil do tio no fundo da oficina; o rosto gil do primo, no fundo do espelho.
Fazer dessa casa os mesmos tijolos de ontem.
A casa sempre foi poema.
Cada dia, um verso; cada filho, poeta.
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