sábado, 7 de março de 2020

OUTROS TEMPOS, OUTRO NÍVEL

"O Brasil já teve um ministro da Cultura que foi filólogo, escritor, crítico literário, ensaísta, tradutor, diplomata, lexicógrafo, enciclopedista: Antônio Houaiss. Sua gestão, de 1992 a 1993, durante o governo Itamar Franco, teve apoio de artistas e intelectuais de todo o país. Em seu discurso de posse, Houaiss definiu como prioridades de sua administração a recuperação e a preservação do patrimônio histórico e cultural, a retomada da atividade cinematográfica e um projeto de sustentação da língua portuguesa, por meio do estreitamento dos vínculos com Portugal e com as ex-colônias portuguesas na África.
Imortal, foi escolhido presidente da Academia Brasileira de Letras em 1995, em substituição a Josué Montello. Até o poeta Ledo Ivo, seu adversário na disputa, abriu mão da candidatura na véspera da eleição.
Além dos dezenove livros publicados, foi tradutor do clássico 'Ulysses', de James Joyce, autor do mais ambicioso e louvável projeto Dicionário da Língua Portuguesa, que tem seu nome, organizou as duas mais importantes enciclopédias feitas no Brasil, Delta-Larousse e Mirador, e assinou a primeira edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), em 1981. Outra de suas maiores realizações, e da qual se orgulhava, foi o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, 1990. Com o feito, uniu com precisão as duas carreiras, de diplomata, como membro do serviço exterior brasileiro, e a de linguista. 21 anos hoje de sua morte, aos 83 anos. Antônio Houaiss, um extenso verbete de uma página feliz de nossa história."  
Texto: Nirton Venâncio. Foto Selmir Yassuda, 1992."
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