25 de jun. de 2020

A PALAVRA DO EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO

RENATO JANINE RIBEIRO, SP.
VIA FACEBOOK
Algo que me encanta (não, isso é ironia...) é como a esquerda brasileira, pelo menos a universitária, prefere a moral à política. São raras as cabeças políticas em nosso meio. O caso Lia Luft é exemplo disso. Ela, como 57 milhões, deu vitória a Bolsonaro. Politicamente, o que importa, não só para a esquerda, mas para quem é civilizado? Que ele vá embora. Mas para isso precisamos de uma maioria, digo mais: de uma ampla maioria.
E no entanto, não é só o caso de Luft, mas toda vez que alguém larga Bolsonaro, o que mais leio na minha TL (que é bem educada) é que não, não esquecem o que fizeram no verão passado, que a pessoa tem de se ajoelhar no milho, que mesmo assim não vão perdoar.
Bem, se queremos inverter a direção do voto, como faremos isso sem tirar votos que foram da extrema-direita?
Aritmética e politicamente, é impossível.
Então, a conta não fecha. Se quisermos vencer - seja a eleição de 2022, seja antes disso a barbárie que ora devasta o Brasil - precisaremos fazer pessoas mudarem de lado.
O caso Luft é apenas um. Sim, choca que uma pessoa culta etc etc. Mas cada voto chocará por uma razão diferente. Pode ser porque a pessoa se beneficiou das políticas públicas petistas, então como votou no Bolsonaro? Ou porque a pessoa é contra a corrupção, então como acreditou nas estórias da Lava Jato?
Haverá sempre uma cobrança. Mas o comum a todas é que não se pensa politicamente. Na política, você tem que esfriar a cabeça. Quer ganhar as eleições? Construa uma estratégia, conquiste apoios. Foi o que Lula fez em 2002 e daí em diante.
Nada disso atenua a gravidade do golpe de 2016, da eleição de 2018 com o candidato favorito impedido de concorrer, o que já denunciei muitas vezes... Mas política, galera, exige olhar para a frente.
Ficar só namorando o passado não é fazer política.

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