26 de out. de 2020

CEARÊS

"João Nambuco acordou discabrefado. Não bastasse a vilida nos olhos, arrancara na noite anterior o xaboque do dedo. Choro disapragatado. Mesmo passando a baba da casca da mutamba nas cachorras, o homem não largava de churumingar. Dor de deixar a boca do Ontonho pruma banda. A mulher Zilá Pitiaca olha o macho a torcer-se. Manda ver na labutica:

- A coisa que a gente mais ama, vem o cão e adoece! Ôxe.

Neusa Sabugo, a sogra adversária, dizia que o mal do genro era da taba dos queixo pra riba. À lelé de filote, derrama-lhe mercúrio em contra-gotas nas pustemas. Nada de aliveio. O bucho, um horror de inchado. Pior: febre altíssima, chega a bolota dos ói papocam. Demais, o peba de ontem traçado permitia-lhe empestar o ar de soluços da tripa gaiteira. João Nambuco balançava o pé de fava que nem prestava. O bucho por acolá, aumentando. (...)." 

Tarcísio Matos (foto), jornalista e companheiro de humor (redator) do Falcão.

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AV. BEIRA MAR NO ABANDONO

Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!