segunda-feira, 20 de setembro de 2021

POETAS CEARENSES VIVOS - 7

COMO ERA SIMPLES A VIDA DE LÁ

Como era simples a vida de lá

As ruas cheias de cantigas

As calçadas com flores maduras

A nos olhar, com o olhar de amor!

 

Como era simples a vida de lá

A quermesse e o canto à Virgem

A procissão a seguir, no silêncio dos passos

O sino toca e assusta os pássaros, no campanário!

 

Como era simples a vida de lá

A bandinha passa, a passar os acordes

A criançada, que não sabe o que é um dó, se rir em si

A alegria era a luz do sol que trazia!

 

Como era simples a vida de lá

Tanta gente conhecida, que em nossas paredes nem existia

Nossos quintais de galos e canteiros cantam e cheiram à saudade

Um quarteirão inteiro com jeito de abraço!

 

Como era simples a vida de lá

A felicidade se dizia na aurora

A alegria corria pela rua entre o "Sem Demora" e à "Rua do Pião"

Naqueles dias a maldade ainda não existia!

 

Como era simples a vida de lá

Fartura era pouca coisa

Os caixões cheios de farinha

A chuva caía e se fazia verde o roçado

Aquela fartura não mais tenho; era muita coisa!

 

Com era simples a vida de lá

Acorda-me, vem me chamar

Quero vender meizinha para sarar

Esta dor que não quer parar

De saudades de lá!

Alexandre Neto (Coreaú)




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