COMO ERA SIMPLES A VIDA DE LÁ
Como era simples a vida de lá
As ruas cheias de cantigas
As calçadas com flores maduras
A nos olhar, com o olhar de amor!
Como era simples a vida de lá
A quermesse e o canto à Virgem
A procissão a seguir, no silêncio dos
passos
O sino toca e assusta os pássaros, no
campanário!
Como era simples a vida de lá
A bandinha passa, a passar os acordes
A criançada, que não sabe o que é um dó, se rir em si
A alegria era a luz do sol que
trazia!
Como era simples a vida de lá
Tanta gente conhecida, que em nossas
paredes nem existia
Nossos quintais de galos e canteiros
cantam e cheiram à saudade
Um quarteirão inteiro com jeito de
abraço!
Como era simples a vida de lá
A felicidade se dizia na aurora
A alegria corria pela rua entre o "Sem
Demora" e à "Rua do Pião"
Naqueles dias a maldade ainda não existia!
Como era simples a vida de lá
Fartura era pouca coisa
Os caixões cheios de farinha
A chuva caía e se fazia verde o
roçado
Aquela fartura não mais tenho; era
muita coisa!
Com era simples a vida de lá
Acorda-me, vem me chamar
Quero vender meizinha para sarar
Esta dor que não quer parar
De saudades de lá!
Alexandre Neto (Coreaú)
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