NO TEMPO DOS COMBOIEIROS. A mulher sertaneja, cujo marido tinha ganho o mundo, via o querosene acabar-se. Como a vila era longe e naqueles tempos, todos os produtos eram carregados em lombo de burros e jeques, o jeito era esperar o marido chegar. Com ele viriam, além do gás, o sal, a farinha, o peixe em geral e a desejada sardinha (sem falar na pilombeta), menina-dos-olhos da meninada, que adorava devorá-la, com farinha molhada. Eram tempos difíceis, mas que cada cada coisa tinha um sabor diferenciado e singular. Um dia vi uma dessas mulheres preparando varetas de marmeleiro, que depois receberam sementes de mamona, para virar lamparinas (de tempo rápido), já que o fogo consumia com avidez o óleo dos grãos. Era uma forma que a mãe encontrava para esticar um pouco mais o tempo de conversa com os filhos, antes da madorna.
Imagem ilustrativa/Net
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