"COM A FORÇA DO SEU CANTO
'...descobrir onde o mal nasce e destruir sua semente...'
Os versos de 'Cordilheira', de Paulo César Pinheiro, canção lamentavelmente cabível nestes tempos temerosos, foram musicados por Sueli Costa, por volta de 1977. A intenção era passar para Erasmo Carlos gravar; cantor e compositor que sempre esteve além das inocentes composições, das jovens tardes de domingo, com discos primorosos, onde faz incursões na black-music, no soul, no samba-rock. Erasmo nunca quis ficar para sempre sentado à beira do caminho. Com sua fama de 'mau', queria mais era arrombar a festa e descolar o necessário da parceria Carlos, com o dito 'rei' da juventude.
Louvou as mulheres e as mulheres: de sua Narinha à Roberta Close, o doce grandalhão Erasmo achava um absurdo, quando as chamavam de sexo frágil. Com a alma atarantada, o cantor atravessou umas barras pesadas, com o suicídio da ex-mulher, a morte da mãe e do filho em acidente de moto. Erasmo se manteve autêntico, com boas letras, boas melodias, e sobreviveu ao natural apagão do iê-iê-iê, com bons discos nas décadas de 70 a 90, com um e outro não tão inspirados. 'Carlos, Erasmo', de 1971, é um álbum essencial, assim como 'Banda dos Contentes', seis anos depois. São mais de 30 discos desde 1965, quando lançou o aparentemente ingênuo 'A pescaria', onde tem a famosa 'Festa de Arromba' e algumas versões de rock cinquentista. É desse LP a faixa 'Minha Fama de Mau', título também da autobiografia lançada em 2009, que Erasmo preferia dizer que é um livro memórias em que evoca histórias divertidas ao longo de sua carreira musical de 50 anos. Mesmo que o Tremendão, com sua cabeça de homem e coração de menino, tente não ir fundo nos relatos, sempre tem algo novo, para se conhecer de sua trajetória, o seu olhar, o seu ponto de vista sobre pessoas e fatos.
E hoje, quando se comemora o Dia do Músico, Erasmo Carlos falece aos 81 anos. Ainda choramos Gal. E começamos a manhã de olhos marejados, com a partida de Pablo Milanés. 2022, o ano em que vivemos entre o perigo e a esperança, pisa devagar.
Toca Raul! Toca Belchior! Toca Gal, Toca Erasmo! Para sempre! Tornamo-nos eternos no coração de quem nos quer bem!"
Os versos de 'Cordilheira', de Paulo César Pinheiro, canção lamentavelmente cabível nestes tempos temerosos, foram musicados por Sueli Costa, por volta de 1977. A intenção era passar para Erasmo Carlos gravar; cantor e compositor que sempre esteve além das inocentes composições, das jovens tardes de domingo, com discos primorosos, onde faz incursões na black-music, no soul, no samba-rock. Erasmo nunca quis ficar para sempre sentado à beira do caminho. Com sua fama de 'mau', queria mais era arrombar a festa e descolar o necessário da parceria Carlos, com o dito 'rei' da juventude.
Louvou as mulheres e as mulheres: de sua Narinha à Roberta Close, o doce grandalhão Erasmo achava um absurdo, quando as chamavam de sexo frágil. Com a alma atarantada, o cantor atravessou umas barras pesadas, com o suicídio da ex-mulher, a morte da mãe e do filho em acidente de moto. Erasmo se manteve autêntico, com boas letras, boas melodias, e sobreviveu ao natural apagão do iê-iê-iê, com bons discos nas décadas de 70 a 90, com um e outro não tão inspirados. 'Carlos, Erasmo', de 1971, é um álbum essencial, assim como 'Banda dos Contentes', seis anos depois. São mais de 30 discos desde 1965, quando lançou o aparentemente ingênuo 'A pescaria', onde tem a famosa 'Festa de Arromba' e algumas versões de rock cinquentista. É desse LP a faixa 'Minha Fama de Mau', título também da autobiografia lançada em 2009, que Erasmo preferia dizer que é um livro memórias em que evoca histórias divertidas ao longo de sua carreira musical de 50 anos. Mesmo que o Tremendão, com sua cabeça de homem e coração de menino, tente não ir fundo nos relatos, sempre tem algo novo, para se conhecer de sua trajetória, o seu olhar, o seu ponto de vista sobre pessoas e fatos.
E hoje, quando se comemora o Dia do Músico, Erasmo Carlos falece aos 81 anos. Ainda choramos Gal. E começamos a manhã de olhos marejados, com a partida de Pablo Milanés. 2022, o ano em que vivemos entre o perigo e a esperança, pisa devagar.
Toca Raul! Toca Belchior! Toca Gal, Toca Erasmo! Para sempre! Tornamo-nos eternos no coração de quem nos quer bem!"
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