sexta-feira, 13 de outubro de 2023

NO TEMPO DO COMBOIO

E DAS TROPAS

Eu via, na rua, a lodaça, o conversê, a venda, a troca, a (azeitada) negociação, as pilhérias. Vendia-se de tudo, em se falando de mercadorias, que vinham da serra ou iam pras praias. Pedrinhas (Moraújo), Granja, Uruoca, Senador Sá, Morrinhos, Amontada e toda a região de Acaraú... Era essa a trilha dos homens, jeques e burros diligentes e fortes. Quando viam das praias, aqueles senhores (as atividades eram sempre praticadas por homens), traziam sal, peixe seco... E mais negócios e trocos. Bastava a sombra de pé de benjamim, e estava pronto o local de grandes negócios. Quando todos iam embora e sumiam nas entradas poeirentas, rumo ao longe da Serra Grande e seus grotilhões e veredas apertadas, levavam um pouco de menino sonhador, que escutava suas conversas aprumadas, que muito falavam da saudade de casa e da numerosa prole. Os animais voltavam meio estropiados, também com vontade de água, pasto e descanso. Que danados e hábeis eram os COMBOIEIROS!

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 Foto: Aurélio Alves/O Povo