"Meados de abril, algumas plantações em plena floração... Mas, cadê a chuva? Ao evento em que a quantidade e distribuição das precipitações são suficientes para enverdecer o mato, porém insuficientes para suprir as demandas agrícolas, costuma-se chamar de "Seca Verde"; isto é, cria-se biomassa (sobretudo folhagem) porque no pico de desenvolvimento desta há chuva, só que ao chegar, no entanto, o tempo da floração e frutificação falta água. Para temor e tristeza do povo, representa perda de praticamente todo o investimento em trabalho na roça, desde a preparação do solo, plantio e capinas.
No início do ano, as previsões da Funceme (Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos) já apontavam a maior possibilidade de
chuvas abaixo ou dentro da média histórica. O inverno começou atrasado.
Muitos produtores que anteciparam o plantio, motivados pelas primeiras
pancadas de chuva localizadas, perderam as sementes. Após o dia de São
José (equivalente ao Equinócio de Outono, em termos climáticos), para
esperança dos agricultores, houve boas chuvas em nossa região. Agora,
estende-se um período estiado.
Os preços de alguns produtos alimentícios da região já começam a se
elevar, sobretudo o feijão. Quem sofre não são somente os
agricultores familiares, é toda a população, que consome os frutos desta
atividade.
Resta a esperança de que as chuvas reapareçam, propiciando a minimização dos
prejuízos. O sofrido sertanejo roceiro se reserva à fé de que Deus
ouvirá suas preces e mandará chuva para encher de fartura sua mesa,
enquanto há tempo. Caso não ocorra chuva, reforcemos o aviso aos órgãos
competentes que deem amparo rápido e eficaz aos trabalhadores
camponeses."
(Benedito Gomes Rodrigues, no Coreaú Petista)
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