quinta-feira, 4 de julho de 2013

OS MESTRES FALAM - I

   FESTAS JUNINAS por Gustavo Barroso: "(...) No nosso interior, essa comemoração assume aspectos maiores e muito mais interessantes. Ela recorda todo o nosso passado de costumes singelos e profundamente nacionais. Nela vibram todas as almas rudes dos nossos matutos. É o tempo das fogueiras e dos fogos, das danças e dos balões. O céu cobre-se com um número infinito desses. Em cada porta de casa, ou em cada terreiro de fazenda, clareia o negror da noite urna grande fogueira, em torno da qual todos os habitantes, patrões e servos, meninos e velhos, homens e mulheres, andam e pulam, acendendo os seus fogos lendo as sortes, assando as castanhas de caju da última safra, saltando de pés juntos por sobre as brasas, realizando a simplíssima cerimônia pela qual se declaram compadres de São João, ligando-se por amizade para sempre. Uns saltam, a fogueira, para obter felicidade, se não tocarem nas labaredas, se não forem chamuscados. Alguns rodeiam o fogo três vezes, cantando. Outros a fim de mostrar a sua fé no poder do santo, atravessam o braseiro, quando a fogueira agoniza, de pés nus, sem se queimarem. É ainda nesse tempo que as moças vêem num copo de água a figura do homem com quem se casarão, ou que, dando, pela manhã do dia do santo, a um pobre um vintém, que esteve mergulhado nas cinzas da fogueira da véspera, lhe perguntam o seu nome de batismo. E esse será o mesmo nome do seu futuro marido. Depois da fogueira, vêm as danças, as comedorias saborosas, os copázios de aluá, de mocororó, de gingibirra, os grogues de parati. Noite de cantos e de alegrias, dos desafios ao pé das violas e das sortes em verso, entrecortados de ironias e de sátiras. (...)."

  FONTE: Almanaque Brasil

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