domingo, 20 de outubro de 2013

CIDADE DA LEVEZA - II

  "Já passou da hora do governador fazer de conta que encara a paz pública como prioridade. Ele deixará o trono, provavelmente não fará sucessor, e não terá como responder por quais razões não pacificou o Pôr-do-Sol e outros lugares onde o medo faz as pessoas desejarem não existir. Parece arrogante o que vou perguntar: tirante as aberrações da experiência das Unidades Pacificadoras do Rio de Janeiro, não estaria passando da hora de tentar modelo semelhante aqui? De chegar no Pôr do Sol (e outros lugares impenetráveis), depois de um trabalho de inteligência policial e pacto com o judiciário, e levar a julgamento traficantes de drogas e armas? Decretar o fim da conivência do Estado?
  De abrir caminho para que a prefeitura e as secretarias do governo entrem consequente onde o poder público é menos? Falta o quê, governador? Faltou o que para o ex-secretário da Segurança e as polícias que ele achava que comandava?

  Daqui a pouco, a campanha para eleição de governador e parlamentares estará mais forte na rua. E os boatos de arrastões nas avenidas, as imagens de flagrantes de assaltos na Aldeota-Cocó-Meireles, o corpo mole das polícias, os latrocínios, o assassinato de meninos na periferia e os roubos encarrilhados a bancos estarão mais apavorantes.

  Medo de existir na cidade dos nossos afetos não traz potência criativa nem transforma coisa alguma. Só favorece quem já ganha com o pavor e está investindo mais ainda para continuar no poder ou doido para estrear."

  (DEMITRI TÚLIO, no O Povo)

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