“Fico pasmo como
há quem queira transformar o que acontece hoje no Brasil num ‘Copa: ame-a ou
deixe-a’, num ufanismo que faz lembrar os anos mais tristes da Ditadura Militar
de 64. Desculpem, mas não poderia jamais concordar ou me calar diante do mar de
absurdos ocorridos neste País nos últimos anos, especialmente a remoção de
milhares de famílias pobres num processo vergonhoso de higienização social. É de minha índole. Porque mais importante que
qualquer taça, está a dignidade das pessoas, especialmente das mais humildes. E sim, assistirei a todos os jogos da Copa, em casa, na minha
sensacional televisão de 20 polegadas. Sou, igual a Eduardo Galeano, ‘um mendigo do
bom futebol’. E isso não me impedirá de fazer uma análise crítica do Mundial de
2014 e condenar o que de absurdo foi feito pelos governantes deste País nos
últimos anos, em todos os níveis de poder (federal, estadual e municipal) e por
(quase) todos os partidos.”
AIRTON DE FARIAS, historiador
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