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Os péssimos exemplos emanaram de Brasília. Os partidos viraram, assim, apenas uma sopinha de letras que, isoladas, não tem nenhum valor. Num cenário eleitoral sem verticalização, quando ninguém é obrigado a seguir diretriz nacional, nos corredores obnubilados dos poderes, os líderes partidários negociaram apoios desavergonhados, onde, como na Lei de Gerson, o melhor é levar vantagem em tudo. Não importando a que custo. As histórias cabeludas são de fazer corar um frade de pedra. Como nas últimas cinco eleições presidenciais, a não ser que haja uma grande zebra, tucanos e petistas vão polarizar mais uma vez a disputa. O noviço em disputas nacionais, Eduardo Campos, não deve empolgar o eleitorado. Como o povo não e besta fica fácil perceber o tamanho do arrivismo do ex-governador pernambucano, que até ontem era um intransigente defensor do modo petista de governar a nação. Quando governador, Pernambuco foi o estado que mais carreou verbas para obras estruturantes. Assim, como num passe de mágica, o neto de Miguel Arraes se transformou no mais virulento crítico do Governo Dilma. A sua candidatura, pasmem os senhores, virou linha auxiliar dos tucanos. Miguel Arraes deve estar estremecendo no caixão, posto que foi um dos mais destacados líderes da esquerda no século passado.
Destarte, o tempo é do liberou geral. Nos estados, as coligações são as mais esdrúxulas. Tem PT com PSDB, PSDB com PC do B, DEM com comunistas, progressistas com reacionários, verde com vermelho, e por aí vai. São alianças sem nenhuma coerência. O objetivo para os donos dos partidos é se dar bem. Em tempo: o caso mais escancarado de fisiologismo foi o do PV do Ceará. O presidente estadual da sigla, Marcelo Silva, é acusado pelos próprios colegas de partido de ter se vendido ao Pros. Poucos dias depois de ter declarado apoio ao candidato de situação, a cara metade dele ganhou secretaria estadual do Meio Ambiente. Pegou muito mal para os verdes."
(Francisco Bezerra, o Bezerrinha, jornalista, no Blogue do Eliomar)
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