4 de mai. de 2012

DEFENSORIA PÚBLICA

  "É paradoxal que, no mesmo Estado, no sistema de Justiça, o órgão julgador e o órgão acusador sejam estruturados e remunerados dignamente, ao passo que o órgão defensor padece de uma crônica indiferença remuneratória e estrutural.
É estranho que somente ao órgão vocacionado a defender os direitos dos cidadãos  especialmente os mais desvalidos, parcela francamente majoritária da população  seja negada a igualdade de tratamento, na contramão do que já dispõe a Constituição Federal.
  Talvez a lamentável discriminação somente revele um trágico viés que permeia  ostensiva ou subliminarmente  a atuação dos nossos representantes políticos ao longo de toda a nossa história. Uma postura que teima em encarar os cidadãos não como a fonte primária de todo o poder, mas como mera massa de manobra cujo voto seria um mal-necessário nas ambições elitistas pela manutenção do poder. 
Talvez o duradouro tratamento discriminatório tenha deixado a todos meio anestesiados e algo descrentes na efetivação dos próprios direitos, a ponto de gerar um quadro que beira a letargia social. Mas é preciso urgentemente despertar, identificar as raízes do problema, educar o povo de seus direitos, conclamá-lo a lutar pela retomada do poder que originariamente lhe pertence.
  Eis o cenário atual da Defensoria Pública, historicamente renegada, mas paulatinamente fortalecida e afirmando-se como instrumento de transformação social e de libertação da hipossuficiência, aliando-se à heroica resistência dos movimentos populares, por intermédio da educação em direitos, da promoção dos direitos humanos e da defesa dos cidadãos na luta por um mundo mais justo."

Francisco Eliton A Meneses
Defensor Público

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Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!