20 de set. de 2012

VERSOS APEELEANOS

Apáticos versos deslizam na folha.
Sinceros desejos barrados por uma rolha.
A rolha da dor, do medo, do receio...
Que para, corrói e mata.

...
 
Um rabisco de luz espanta.
Resistir? Não adianta...
Escorrego medroso no traço oneroso daquilo que fui.
O passado já não importa!
Desço a rampa; arregaço a tampa,
Que me prendia na sufocante garrafa do medo.

Instantes se passam...
O prisma amarelado do mundo se foi.
O ar se renova. A alma enobrece.
Já não sabe se merece mesmo aquela liberdade.
Que, de nova, é ofuscante.
Pra quem nunca antes, teria clareada a vista.

(Benedito Gomes Rodrigues, da APL)

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