22 de abr. de 2013

PROFESSOR: OPINIÃO NULA!

  "Há uma configuração desfavorável para que os docentes participem das discussões, diz autora de tese de mestrado da USP  
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  O professor ensina a tabuada, história do Brasil, geopolítica, o mistério dos olhos de ressaca de Capitu, os catetos e o quadrado da hipotenusa. Comanda aulas em escolas distantes, pobres e improvisadas e, sobretudo, conhece de perto os alunos que o País quer educar. Mas, quando o assunto é a melhoria e os desafios da educação, sua opinião no debate público simplesmente desaparece – seja porque não foi procurado, não quer ou não pode falar (ou acha que não deve).
 Enquanto técnicos, políticos, pesquisadores, governos e empresários têm voz ativa em discussões que vão do currículo à formação docente, quem está 'na ponta', ou seja, na sala de aula, não aparece. Mas qual a explicação para essa ausência?
  Na busca por uma resposta, a jornalista Fernanda Campagnucci encontrou várias durante pesquisa de mestrado que finaliza na USP. 'Existe uma configuração desfavorável para que os professores participem do debate público sobre educação, e isso leva ao silêncio dos docentes', explica ela, que é editora do Observatório da Educação, boletim da ONG Ação Educativa.
  Essa configuração citada por Fernanda se constrói com base em um processo em que se articulam fatores como o papel do professor na sociedade, representações que circulam no imaginário social, como o despreparo dos docentes, e também a existência de mecanismos administrativos e burocráticos que tolhem a liberdade de expressão.
  Professor da rede estadual de São Paulo em Piracicaba, no interior, Fabio Laismann, de 42 anos, é contundente: 'Quem se posiciona tem problemas', diz ele. 'Mas ainda assim prefiro não ficar neutro.' Laismann afirma que se posicionar na imprensa ou mesmo dentro das escolas não é uma cultura bem-vinda no ambiente. 'Quando tem opinião, o professor perde espaço, sofre coação e fica visado.' (...)."

 (Site Vozes da Educação)

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