30 de jul. de 2020

SINGELEZA

MANOEL DE BARROS – PERALTAGEM
"O canto distante da sariema encompridava a tarde.
E porque a tarde ficasse mais comprida a gente sumia dentro dela.
E quando o grito da mãe nos alcançava a gente já estava do outro lado do rio.
O pai nos chamou pelo berrante.
Na volta fomos encostando pelas paredes da casa pé ante pé.
Com receio de um carão do pai.
Logo a tosse do vô acordou o silêncio da casa.
Mas não apanhamos nem.
E nem levamos carão nem.
A mãe só que falou que eu iria viver leso fazendo só essas coisas.
O pai completou: Ele precisava de ver outras
coisas além de ficar ouvindo só o canto dos pássaros.
E a mãe disse mais: - Esse menino vai passar a vida enfiando água no espeto!"
Uma entrevista com o poeta Manoel de Barros (1916-2014 ...

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