31 de ago. de 2025

DE JOSÉ ALCIDES PINTO, EM "EU"

Eu sou eu. Íntegro e inviolável dentro de mim mesmo.

O que não se descobre. Anônimo, sob minha própria espinha.

Atual em minha sombra incorpórea, sem

faltar um só de meus gestos físicos.

Eu sou eu. O fantasma de preto, escanchado

no arame do quintal,

sob a sombra das árvores e sob a

sombra da lua,

misteriosamente colhendo o silêncio, com

as mãos invisíveis e

tecendo uma mortalha, com o nó dos dedos

para vestir o próprio corpo.

Eu sou eu. O retraio destituído de vida.

O gesto estático.

O que está no limiar e afogado no abismo.

O que anda vestido e nu, sendo louco e poeta.

Eu sou eu e sozinho. Diverso sobre mim

e sob eu mesmo.

Oculto e visível como a lua caída no poço.

Proclamado como o homem dentro da praça,

no meeting, sacudindo com os gestos da boca palavras

secas, nos olhos da multidão.

Intocável e impossível, como o que não se conhece e não morre.

(...)." - Prof. da UFC, filho de Santana do Acaraú, falecido em 2008

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