Eu sou eu. Íntegro e inviolável dentro de mim mesmo.
O que não se descobre. Anônimo, sob minha própria espinha.
Atual em minha sombra incorpórea, sem
faltar um só de meus gestos físicos.
Eu sou eu. O fantasma de preto, escanchado
no arame do quintal,
sob a sombra das árvores e sob a
sombra da lua,
misteriosamente colhendo o silêncio, com
as mãos invisíveis e
tecendo uma mortalha, com o nó dos dedos
para vestir o próprio corpo.
Eu sou eu. O retraio destituído de vida.
O gesto estático.
O que está no limiar e afogado no abismo.
O que anda vestido e nu, sendo louco e poeta.
Eu sou eu e sozinho. Diverso sobre mim
e sob eu mesmo.
Oculto e visível como a lua caída no poço.
Proclamado como o homem dentro da praça,
no meeting, sacudindo com os gestos da boca palavras
secas, nos olhos da multidão.
Intocável e impossível, como o que não se conhece e não morre.
(...)." - Prof. da UFC, filho de Santana do Acaraú, falecido em 2008
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