domingo, 19 de junho de 2011

Para olhar por outro ângulo

 "A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer. 

 O tempo é um ponto de vista dos relógios.


 A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta.
 Se a casa é para morar, por que a porta da casa se chama porta da rua?
 A esperança é um urubu pintado de verde. O vento assovia de frio.
 Um discurso em homenagem nossa é uma verdadeira surra às avessas: fica-se naquele estado horrível e sem palavras com que revidar! A vida nutre-se da morte, e não a morte da vida, como julgam alguns pessimistas.
 A morte é o aperitivo da vida... A morte não faz esquecer, mas faz tudo lembrar.
 A curva é o caminho mais agradável entre dois pontos.
 O que tem de bom numa galinha assada é que ela não cacareja.
 Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi nada à minha altura. Se eu acredito em Deus?
 Mas que valor poderia ter minha resposta, afirmativa ou não? O que importa é saber se Deus acredita em mim.   Rezar é uma falta de fé: Nosso Senhor bem sabe o que está fazendo...
 O despertador é um acidente de tráfego do sono.
 Desconfio desses turistas que consideram exóticos os países visitados. Ficam de fora, vendo o pitoresco em tudo: nas casas, nas roupas, nos costumes, nas crenças...  E nem desconfiam que a única nota exótica desses indefesos países são precisamente eles!
 O problema da solidão não consiste em saber como solucioná-la, mas saber como conservá-la.
 O bacteriologista é um astrônomo às avessas: espia pelo outro lado do canudo...
 A pantera é uma curva em movimento. Nem todos podem estar na flor da idade, é claro! Mas cada um está na flor da sua idade.
 Nós não perdemos os mortos, os mortos é que nos perdem. A morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos. Não sabias? As nossas mortes são noticiadas como nascimentos pela imprensa do Outro Mundo.
 Os lugares-comuns são cômodos como sapatos velhos.  Facilitam a vida, estreitam relações, evitam desconfianças e desentendimentos.
 Nunca me senti bem nas salas de estar. Salas de estar... Mas de estar o quê? Não, o provérbio não está bem certo.  O raio é que enquanto há esperança, há vida.
Jamais foi encontrado no bolso de um suicida um bilhete de loteria que estivesse para correr no dia seguinte.
A rua é um rio de passos e vozes.
 Tenho uma enorme pena dos homens famosos, que por isso mesmo perderam a sua vida íntima e são como esses animais do zoológico, que fazem tudo à vista do público.
 A Matemática é o pensamento sem dor."
(Mario Quintana)

(Enviado por Eliton Meneses)

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