"Distinto historiador, remeto-lhe essa missiva, em formato de crônica,
numa última e extemporânea tentativa de comunicação, pois o diálogo com
meus contemporâneos tornou-se impossível. Sinto-me, nos dias de hoje,
como que pregando num deserto. Todos os corações e mentes estão ou
anestesiados pela alienação e indiferença ou tomados pela paixão da
ideologia e do partidarismo – ouvidos já não escutam, olhos já não veem,
cérebros já não pensam. Os que não têm a visão embaçada pelas paixões,
pelo preconceito ou pelos seus próprios interesses pessoais, partidários
e/ou de classe, parecem estar hipnotizados pelas reiteradas mentiras,
intrigas e manipulações veiculadas diuturnamente pela TV, pelos rádios,
pelos jornais e revistas desse país. As instituições, bastante
comprometidas, apodrecem em silêncio, nas sombras. Não tenho mais, pois,
a quem recorrer.
Sei que a história é sempre contada pelos vencedores, mas ouso
passar-lhe, sub-reptícia e humildemente, a visão de um perdedor
(sinto-me esmagado e derrotado pela infâmia e pela ignomínia desses
tempos de anomia e lassidão).
Sei também que os historiadores analisam, em seu trabalho de
pesquisa, os jornais e revistas publicados no período estudado. Por
isso, aqui vai uma advertência: não faça isso ao se debruçar sobre o
período que engloba os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
da presidenta Dilma Rousseff.
Os jornais diários e as revistas semanais mentiram e mentem. Mentiram
e mentem de modo desavergonhado, reiteradamente. Mentiram, distorceram,
carregaram nas tintas, exerceram uma crítica capciosa e propugnaram uma
moral seletiva. Manipularam os fatos de modo constrangedor,
inacreditável, inaceitável. De sorte que, se alguém me contasse, estando
eu aí no seu papel de historiador, ou até mesmo de mero observador dos
fatos, eu também não acreditaria. (...)."
(SITE BRASIL 247)
(Colaboração: Engo. Eliton Meneses)
O texto é longo. Para ler todo:
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/87966/
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