Do editor-adjunto do Núcleo de Conjuntura do O POVO, Luiz Henrique Campos, em artigo no matutino, intitulado A arte da guerra e a opinião pública:
"(...) Na última greve dos policiais militares no Ceará, o governo cometeu o
pecado de não só minimizar a força do movimento como achou que poderia
aos poucos ir minando essas forças. O resultado é que, quando tentou
bater de frente, foi esmagado como consequência de cenário mal avaliado
desde o início, que não permitiu a reação quando esta se mostrou
necessária. Sucumbiu de maneira desmoralizante. Na guerra também, um
grande risco é lutar contra o inimigo sem cara. Geralmente, o
desconhecimento sobre com quem se luta, abre espaço para a surpresa. Foi
o que aconteceu.
Agora, conscientemente ou não, o ex-governador Ciro Gomes, ao lançar
suspeitas sobre o capitão Wagner, de certa forma personaliza o movimento
dos policiais no oficial. Certa ou errada a estratégia, o fato é que
se, na era moderna conquistar a opinião pública é fundamental, o
governo, no mínimo, joga sobre os ombros do militar os riscos inerentes a
uma paralisação como a de policiais. O capitão, em vista disso, terá
que ter muita habilidade para conduzir o movimento, que, pelo perfil,
caracteriza-se como barril de pólvora, sob pena de arcar com atos fora
do convencional.
Do lado do governo, já nas cordas em relação à sensação de
insegurança da população, a aposta foi alta, mas, nesse momento, parece
seguir à risca os ensinamentos de Sun Tzu, segundo os quais, o
comandante não pode prescindir, na batalha, de qualidades como o
segredo, a dissimulação e a surpresa."
DO BLOGUE: O texto do jornalista cita em seu princípio o livro A Arte da Guerra, do general chinês Sun Tzu. O grifo (no texto) é nosso e as conclusões são suas!
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